sábado, junho 14, 2014

Muitas...

... vezes, quando olho o horizonte a partir da minha janela num final de tarde, chego à conclusão que o mundo que nos rodeia tem a capacidade de nos surpreender a cada dia. Surgem-nos, como uma sequência compassada, pontes que necessitamos de atravessar. Algumas delas são pontes bem sustentadas, qual Ponte sobre o Tejo. Que podemos transpor sem dificuldades de maior e sem receio de que o tabuleiro debaixo de nós nos fuja debaixo dos pés qual castelo de cartas a desmoronar-se.

Mas nem todas as pontes são assim...

Quantas vezes nos deparamos com verdadeiros fios de equilibrista que ligam os dois lados de um desfiladeiro perdido na cordilheira dos Andes. Quantas vezes as pontes que surgem diante de nós não se assemelham a um ponta retirada directamente de um filme do Indiana Jones...

Mas não é por isso que vamos recuar...

Pontes. Montanhas. Oceanos... Surgem nas nossas vidas para serem atravessados, transpostos. Com a garra que consigamos retirar do mais fundo de nós. Com a força que julgamos não existir na nossa pessoa. Estão lá para nos testar e nos mostrar quem está do nosso lado para nos dar a mão e atravessar connosco. 

E estas pontes podem surgir como verdadeiras surpresas das relações interpessoais... Para o bem e para o mal...

sexta-feira, junho 13, 2014

E...

... mais um livro que é finalizado por estes dias. 

Livro: "O Êxtase de Gabriel" de Sylvain Reinard

Depois de, no início da semana, ter finalizado a leitura do primeiro volume desta trilogia, "O Inferno de Gabriel", de que falei aqui, o segundo volume também já lá vai! Trata-se de um livro de leitura fácil e o facto de estar por casa de férias facilitou ter feito uma leitura tão rápida. É um livro que segue as linhas do primeiro volume, longe de estar ao nível da dominação (ou tentativa dela...) presente nas "Cinquentas Sombras de Grey". Neste segundo volume, a relação de Gabriel evolui e mais detalhes sobre Dante vão sendo revelados, mostrando um pouco mais deste autor italiano medieval. 

Gostei deste volume. Apesar de toda a mente conturbada de Gabriel, trata-se de uma leitura leve que ajuda a descomprimir das leituras mais sérias que o meu trabalho me impõe. É claro que o terceiro e último volume da trilogia já foi começado... Será que ainda o termino antes do final das férias? Vamos ver!

Boa 6ª feira para todos! E bom feriado se for caso disso!

quinta-feira, junho 12, 2014

Existem...

... palavras que se lêem por ai que poderiam ter sido perfeitamente escritas por mim...
Assim sou eu. Metade miúda rebelde e inconformada. Metade senhora que já sabe o que quer. 
Metade que brinca pela vida de cara lavada, que se diverte, que faz disparates e tropelias, que ri até não conseguir mais. Que quer colo até mais não. Metade crescida e responsável. Ajuizada, calma e ponderada. Sensata e confiável. De salto agulha, vestido e maquilhagem. Que te ouve até à exaustão.
As minhas metades não se separam. Fazem de mim aquilo que sou. Não estranhes se me confundires numa e noutra. Eu sou ambas. Depende daquilo que eu estou disposta a que conheças.

- Rita Leston -
Da página do Facebook Gosto de ti e então?

terça-feira, junho 10, 2014

Comemora-se...

... hoje o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas...

Decorrem as habituais comemorações oficiais, este ano realizadas na cidade da Guarda. Decorre também a habitual homenagem aos combatentes portugueses em Lisboa, mais concretamente no Mosteiro dos Jerónimos e no monumento aos Combatentes em Belém. 

Mas mais do que um dia em que existem desfiles, discursos e entrega de condecorações... Deveria ser um dia em que todos os portugueses deveriam olhar para si e pensar em conjunto. Os últimos tempos estão longe de ter sido fáceis para os portugueses. FMI, crise e cortes atrás de cortes. Muitas divergências e um crescente descrédito em quem nos governa. Não têm sido tempos fáceis e esses tempos já nem às crianças passam despercebidos... A desilusão e a tristeza dos pais, as dificuldades em conseguirem, mais do que ter dinheiro para comprar um presente, ter dinheiro para colocar comida na mesa são o triste retrato do nosso País neste início do século XXI. Estamos longe, muito longe, da fantástica Nação que, em tempos idos, dominava o mundo e unia continentes com as suas rotas dos Descobrimentos...

Estou longe de ser um Velho do Restelo. Estou longe de achar que no passado é que as coisas eram boas. Nada disso! Sou uma pessoa totalmente diferente daquelas que vivem com os olhos postos no passado. Sou muito mais de olhar em frente e desejar fazer mais e melhor por este nosso País. Desejar com muita força e contribuir para que possamos viver melhor. Tenho pena que tantos e tantos portugueses tenham de ter deixado o seu País de sempre em busca de melhores condições fora de portas. Dói-me o coração saber de famílias que vivem quase permanentemente separadas apenas porque o pai não consegue, na sua terra natal, dar a sua família aquilo porque sempre ansiou e para que estudou e trabalhou. Este não era o País que eu esperava ver enquanto adulta...

Comecei o meu dia de hoje a ler o discurso de despedida do Comandante do Batalhão Colegial do Colégio Militar e não pude deixar de meditar nas suas palavras... Um discurso carregado de alguma revolta e de alguma incompreensão sobre o ponto de situação a que chegou este Colégio. Não vou aqui tecer comentários sobre o facto de concordar ou não com a existência de instituições como o Colégio Militar, os Pupilos do Exército ou o Instituto de Odivelas. Tenho a minha opinião e hoje não é dia de falar disso... No entanto, não podia deixar de partilhar aqui as palavras proferidas por este aluno finalista do 12º ano quando se dirigiu, pela última vez, a todos os alunos do Colégio Militar na qualidade de Comandante do Batalhão Colegial...
"Chegado a este período de reflexão, e por não estar, de todo, satisfeito com muito do que presenciei ao longo deste ano que hoje termina, sinto-me na obrigação de vos dizer que estou desiludido e desapontado com o nosso trabalho. Estou desiludido não com os erros que cometemos, porque somos humanos e errar faz parte da nossa condição, mas com tudo o que, por preguiça e desleixo, deixámos de fazer. (...) Porém, enganei-me. Hoje, nove meses depois, tenho perfeita noção de que não sois nem nunca ireis ser capazes de abdicar dos vossos interesses pessoais em prol do bem colectivo! (...) Por fim, e por vos considerar a Pedra Angular desta Casa, dirijo-me a vós, alunos. Nestas últimas palavras como Comandante de Batalhão, não posso deixar de felicitar os muitos que se contentaram com o pouco que tinham, os muitos que não foram capazes de abandonar a sua zona de conforto, os muitos que, por desleixo ou preguiça, não ambicionaram ser melhores. Parabéns! Continuai assim e sereis exactamente aquilo que sempre ambicionastes - cidadãos comuns, livres de qualquer preocupação ou responsabilidade, enfim, fareis parte da imensidão de fracos que a História tende sempre a esquecer! Por outro lado, é com gosto que congratulo todos os que atingiram os objectivos a que se propuseram, todos os que sonharam ser melhores e que, pelo esforço, pelo trabalho árduo e pela dedicação, o conseguiram. O sonho e a ambição são a base do futuro! (...) Gostava que interiorizásseis as palavras de Lichtenberg: "Quando os comandantes perdem a vergonha, os comandados perdem o respeito". E nada pior há que perder o respeito dos comandados porque quando isso acontece, deixamos, simplesmente, de ser líderes e tornamo-nos ditadores. (...) Tudo está ao nosso alcance desde que risquemos a palavra impossível do nosso dicionário!"
Ainda que estas palavras sejam referentes à realidade do Colégio Militar... Será que estas mesmas palavras não se podem aplicar a tanto da nossa realidade como portugueses? Será que não deveríamos, de uma vez por todas, riscar a palavra "impossível" do dicionário de cada um de nós e acreditarmos que conseguimos chegar mais longe, fazer mais e melhor e provar a fibra e a garra de que somos feitos? E, mais difícil ainda para muitos do que possuem a nacionalidade portuguesa nos seus cartões de cidadão... Não seremos capazes de abdicar de uma vez por todas dos nossos interesses pessoais e conseguirmos canalizar as nossas energias, enquanto profissionais e enquanto cidadãos, para o bem comum, para aquilo que faz sentido enquanto portugueses e conseguirmos mostrar que não somos um país que está num cantinho da Europa e que se deixa pisar uma e outra vez pelos grandes da Europa?

Olhemos para as palavras deste finalista com um verdadeiro sentimento de portugueses que somos e possamos (re)aprender a existir como povo único!

Bom Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas!

E que orgulho de ser portuguesa e poder usar as nossas cores!

segunda-feira, junho 09, 2014

E...

... assim se começa a semana...

Livro: "O Inferno de Gabriel" de Sylvian Reynard
Verniz: 108 Ultimate Pink da Essence

Depois de três visitas à Feira do Livro deste ano, o livro da semana está concluído com este primeiro título de mais uma trilogia!

Para quem vai em busca de uma prosa na linha das Cinquenta Sombras de Grey (conforme induzido pela capa...), pode apanhar alguma desilusão pois Gabriel está longe de ter o quarto do prazer tão adorado por Mr. Grey. Trata-se de um livro diferente. Bem diferente, do meu ponto de vista. Gabriel é igualmente atormentado como Grey mas de uma forma diferente. Está longe de ser um dominador... Pelo menos neste primeiro livro, toda a relação do Gabriel com a sua Júlia é feita de uma conquista permanente sempre relacionada com o amor entre Dante e a sua Beatriz. É aqui que acho que este título ganha em relação às Cinquenta Sombras de Grey. Não se trata de um livro meramente relacionado com a relação carnal entre duas pessoas e a forma como essa relação se pode desenvolver. Este livro transporta-nos também para o universo de Dante, que oscila entre o seu Inferno e o seu Paraíso, ao mesmo tempo que a personagem de Gabriel se vai dando a conhecer à sua amada. É bom aprender algo de novo e este romance permite isso, olhando para a forma como Dante via as relações entre um homem e uma mulher, visão esta induzida pelo seu amor não concretizado.

Vamos ver o que o próximo volume me reserva...

sábado, junho 07, 2014

Sempre...


... achei muito engraçada a evolução que os sentimentos podem ter. Sempre achei fascinante a forma como as coisas podem evoluir e tornar-se em algo que nos faz sorrir quando nos vêm à memória. Estou aqui a falar daqueles sentimentos bons. Dos sinceros. Dos polvilhados de pós de pirlimpimpim. Daquele nos fazem ouvir uma música com um sorriso. Recordar uma conversa com saudadinhas daquelas boas e doces. 

Gosto de como os sentimentos podem evoluir. Gosto de como os sentimentos se podem cimentar. E gosto quando uma relação existe e se constrói baseada na alegria que pode nascer dentro de nós quando vemos o outro feliz. Gosto deste sentimento despreocupado de partilha das alegrias. E gosto desta forma de existir em que se sabe como o outro está apenas pela partilha de uma pequena palavra ou de uma forma de responder.

E gosto desta nossa amizade... A sério que gosto! Do fundo do meu coração! Gosto de ver como esta relação evoluiu nestes quase quatro anos e ver ao ponto a que chegámos hoje. Ao bom ponto a que chegámos hoje em que ficamos genuinamente felizes por ver como o outro está. É bom ter amizades assim. É bom saber que existem pessoas que nos conseguem compreender com tão pouco. E é bom ver uma amizade assim... Que permanece. Que é baseada em sorrisos e em "dar na cabeça" quando é preciso. Que é baseada em saber ouvir em silêncio quando o outro precisa de desabafar.

E porque existem músicas que ficam sempre ligadas a esta e aquela pessoa... Esta é a tua... Porque sim... Porque esteve presente desde o início em que tudo era mais turbulento e em que muitas nuvens pairavam sobre as nossas cabeças. Ainda que o sentido da música possa ser entendido de outra forma... Esta faz sentido numa amizade. Porque sim!

Obrigada a ti....