domingo, julho 31, 2005

Mulheres nas Forças Armadas

A existência de mulheres nas Forças Armadas é cada vez mais noticiado nos nossos meios de comunicação (basta relembrar a reportagem SIC-Visão intitulada "Diário de uma Recruta", emitida pela SIC no passado mês de Junho sobre as mulheres no Exército Português). Mais uma vez, hoje foi emitida uma reportagem sobre este assunto, desta vez sobre o número cada vez maior de mulheres que se alistam na Marinha de Guerra Portuguesa. É claro que esta notícia me despertou interesse ou não fosse também eu uma militar da Marinha!
Ainda bem que existe a oportunidade das mulheres integrarem as fileiras das Forças Armadas e poderem bater-se pelos mesmos objectivos que os homens que sempre puderam abraçar a vida militar. Reconheço que, por vezes, possam existir limitações de ordem física que não permitam as mulheres de desempenhar as mesmas funções mas nada nos torna menos capazes de ser tão expeditas de tomar decisões em momentos de crise. É bom que existam estas oportunidades e que a discriminação não exista. Sei que não existir discriminação no meio militar é uma utopia já que se trata de um meio bastante conservador e onde continuam a vaguear militares da "velha guarda" que irão sempre torcer o nariz ao verem passar uma MIFE (Militar Feminino). Mas nada melhor para combater estes resistestentes do que apresentar trabalho bem feito! As injustiças nunca irão deixar de existir porque o ser humano é mesmo assim.
Outro pormenor que é sempre focado em reportagens deste género é o facto de as mulheres não poderem continuar a ter os mesmo cuidados de beleza. Não será também um pouco "bater no ceguinho"? Porque têm sempre que mencionar os cuidados de beleza? Sei que beleza e mulher estarão sempre profundamente ligados mas, hoje em dia, os homens também são bem vaidosos e cuidam de si. Basta assistir às oportunidades de saída que têm das instituições militares e é vê-los passar todos arranjados e cheirosos. Na reportagem de hoje perguntavam à entrevistada sobre não poder continuar a cuidar das mãos, dado que tinha que estar sempre a limpar a sua G3. É claro que não há manicure que resista a uma G3, mas nada impede que uma mulher que enverga um uniforme militar continue a ser feminina. E depois da recruta há muito tempo para voltar a cuidar da manicure!

3 comentários:

  1. E depois há sempre os uniformes de gala...
    Há quem diga que ninguém resiste a um uniforme...
    Basta olhar com mais atenção para os trajes académicos (eu sou fã principalmente do feminino de Aveiro...). Cheira-me que os uniformes militares devem surtir o mesmo efeito....

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  2. A existência da mulheres nas FAs já remonta ao principio da década de 90. Estão a dar-lhe agora mais destaque e nem sei bem porquê...Afinal já cá estamos há algum tempo. É facto consumado.
    Se estão a concorrer mais é seguramente porque o mercado de trabalho lá fora está difícil; o mesmo acontece com os militares do sexo masculino, cuja afluência tem sido igualmente maior nos últimos tempos, em comparação com o passado.
    A mim parece-me que, como em tudo na vida, deve haver equilíbrio, e talvez seja esse o nosso propósito num mundo anteriormente apenas, e somente, destinado a homens.
    Em relação à questões de deixar ou não de ser feminina parece-me que ainda há muitos equívocos, mesmo dentro das FAs. Primeiro de tudo há que ter em mente que ao nos juntarmos a qualquer ramo das FA assumimos condição militar e com isso todo um leque de regras e costumes que aceitamos desde o primeiro dia que envergamos o uniforme. Acontece muitas vezes o contrário e acabamos por cair no ridículo por isso. (Falo em “nós” porque como já te deves ter apercebido, basta uma fazer algo de condenável para sermos todas catalogadas com o mesmo rotulo.) Não quero com isso dizer que deixemos de cuidar de nós, de irmos à manicure ou ao cabeleireiro, etc, MAS temos de fazer distinção entre a vida civil e a militar e não podemos andar com as unhas da mesma cor com que saímos no sábado para ir beber um copo ao Bairro Alto, ou trazer um penteado todo giro que faria inveja à comunidade Hip Pop, por exemplo.
    Ao assumirmo-nos como militares temos de nos comportar como tal e estar à altura das funções a que nos propomos. Não podemos evocar que hoje não podemos fazer isto ou aquilo só porque nos dói a cabeça, etc. Nenhum homem aceita isso, muito menos um militar. Eu também não o aceito! É neste ponto que somos sempre recriminadas e onde perdemos a credibilidade.
    De resto, acho que já vamos sendo aceites e integradas como qualquer outro militar. Devemos é primar sempre pelo aprumo e não incorrer no risco de sermos consideradas umas miúdas, inúteis, que a M., o E. ou a FA contratou para dizer que as mulher também têm lugar no mundo militar. (infeliz o comentário da repórter em relação às unhas!)

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  3. MAS esta é apenas a minha humilde opinião.

    Se não te importares colocarei este meu comentário no meu blog. Tem cheiro de post! :)

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