Assisti...

... ontem a mais uma Grande Reportagem na SIC durante o Jornal da Noite (para ver a reportagem clicar aqui) e pude ficar, mais uma vez, agradavelmente surpreendida com a boa investigação que é feita no nosso País por jovens cientistas. Para começar, e ao serem apresentados os currículos de cada um dos entrevistados (todos eles já com o pós-doutoramento feito ou em curso e quase todos com prémios ganhos na área de estudo a que se dedicam) verifica-se que todos eles teriam a oportunidade de estar a trabalhar sem qualquer dificuldade em qualquer País da Europa ou nos Estados Unidos e mas optaram por ficar ou regressar ao País que os viu nascer para se dedicarem aquilo que mais gostam de fazer: Ciência. É agradável ver que continuam a existir jovens que continuam a não baixar os braços e que continuam a acreditar que ser cientista, estar em busca permanente, responder a questões e tentar ir mais longe é possível sem sair do nosso País. É claro que as dificuldades são mais do que muitas, é um facto, mas é muito bom ouvir referir que os nossos estudantes não ficam em nada atrás em relação aos estudantes estrangeiros (como o exemplo dado da comparação feita pelo primeiro entrevistado entre os estudantes portugueses e os americanos do Mississipi, universidade onde também dá aulas para além do Instituto Superior Técnico).
Mas, infelizmente, existe algo que ainda continua a ser uma dura e triste realidade para quem faz Ciência no nosso país e é jovem: esta vida é uma vida de bolsas, de dificuldades e incertezas, de inconstâncias e ausência de contrato de trabalho, de ausência de descontos para a Segurança Social que, muitas vezes, apenas se iniciam por volta dos 35 anos (idade em que deixa de ser possível ter uma bolsa, se as regras ainda não mudaram...), da enorme dificuldade em conseguir um empréstimo para comprar uma casa... Enfim, de dificuldades que quem tem sorte em ter um contrato de trabalho neste momento nem sonha. É pena que assim seja pois muitos não compreendem o bem que estes cientistas, a quem muitos apelidam de "ratos de laboratório", fazem em todo o Mundo. Caso disso são as descobertas que fazem, por exemplo, na área da Oncologia só para dar o exemplo que mais expressão tem junto do público em geral. Desistir, nunca! Insistir e sonhar, sempre! Parabéns a quem faz Ciência em Portugal e que continua a acreditar que sim, é possível!