Há um dia das nossas vidas em que nos apercebemos que já temos, já conquistámos, já alcançámos, o que nos faz felizes. É um dia específico, em que acordamos e estamos mais leves. O céu parece-nos indubitavelmente mais bonito, mais claro, mais azul. Sorrimos com mais facilidade para os nossos conhecidos e (o que é realmente mais especial) sorrimos com mais facilidade para os nossos desconhecidos. As pessoas que se cruzam na nossa vida, uns dias mais felizes, outros mais tristes. Partilhamos todos algumas fraquezas e alguma força. Mas no fundo, no fundo, a grande (grande) maioria das pessoas não conquista a felicidade. E a felicidade não é necessariamente acordarmos felizes todos os dias. Não. Conquistar a felicidade é acordarmos todos os dias da nossa vida com a certeza absoluta de que acontença o que acontecer naquele dia, temos várias coisas na nossa vida que nos fazem felizes e que essas coisas bastarão para que suportemos melhor tudo o que de mal possa acontecer. Isso é felicidade. É sermos felizes. Com o que somos, com o que temos e com o que conquistámos. Infelizmente, há pessoas, que podem ou não ser essas que se cruzam nos nossos dias invariavelmente iguais e rotineiros, que nesse dia, no dia em que conquistámos a felicidade, parecem incomodadas. Magoadas até com a nossa felicidade. (...) Por que é que o mais importante para elas é despedaçarem a nossa felicidade, em vez de lutarem pela delas?
É pena que existam por aí pessoas que sejam capazes deste tipo de acções. Infelizmente, o mundo não é tão cor-de-rosa como o pintam quando somos pequenos. Todos devemos ser felizes, sim. Mas não a todo custo quando esse custo implica a infelicidade de outros. Porque, mais cedo ou mais tarde, a felicidade pode tornar-se infelicidade neste mundo cíclico em que vivemos.
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