terça-feira, dezembro 18, 2012

Num...

... ano em que a Troika tem feito parte de muitas conversas diárias e em que muitos são os portugueses que querem deixar apenas dois Reis Magos no presépio enviando o Gaspar para parte incerta... Muito também se tem falado que os portugueses estão mais poupados, que têm comprado menos prendas de Natal, que os centros comerciais estão mais vazios... Enfim, se formos a ver bem apenas se tem falado na parte mais consumista do Natal. 
Antes de escrever mais alguma coisa, não quero que achem que sou hipócrita, que tenho a minha árvore de Natal recheada de presentes e que agora venho para aqui dizer que se deve dar mais importância a outras questões menos materialistas... Não, não tem nada a ver. Eu gosto muito de receber e de oferecer presentes. Não só no Natal como em qualquer altura do ano. Não estou à espera que chegue esta época para oferecer miminhos materiais às minhas pessoas (digo materiais porque os outros são oferecidos todos os dias...). Gosto muito de ter roupas novas, perfumes novos, sapatos novos ou livros novos para ler. Sou mulher e estaria a mentir se dissesse que não gosto nada destas coisas (aliás, basta ver pelo último post...). Mas, por exemplo, prefiro muito mais investir dinheiro que poderia ir para prendas no Natal em momentos que, esses sim, são os que ficam na memória para sempre. Gosto muito de escolher um local do nosso país para passar esta quadra com os meus. Gosto de passear, de conhecer novos locais e de aproveitar belos momentos com as pessoas que me dizem mais. As prendas são secundárias neste ponto. Acho que devemos valorizar aquelas coisas que realmente nos deixam boas memórias e que não se estragam na primeira queda ao chão. 
Prendas são mais ou menos fáceis de comprar. São abertas na noite ou na manhã do dia de Natal e depois são capazes de ficar esquecidas o resto do ano. Não é isto que eu desejo para o meu Natal (até porque, em minha casa, as prendas apenas são abertas lá para o dia 6 de Janeiro, dia de Reis). Quero momentos e sorrisos para recordar para sempre...
E era esta a mensagem que eu gostava de ver passada para as nossas crianças. Não queria que todas associassem o Natal apenas a brinquedos novos. Queria que o associassem a momentos em família. Acho que as prendas estarão sempre lá, mesmo que se limitem a um Pai Natal de chocolate. Mas acho que o que se deve mostrar aos mais pequenos desde muito cedo é que as prendas não são tudo. São os momentos, as gargalhadas e os sorrisos que vão ficar. Não criem pequenos consumistas pois, mais tarde, serão eles a ter grandes dificuldades em viver num mundo de restrições quando forem adultos. Sim, porque os tempos de vacas magras vão e regressam sempre, quer queiramos quer não. E está nas nossas mãos, enquanto adultos, de passar a mensagem aos mais pequenos de ir cuidando do que é seu desde muito cedo para que não tenham problemas de maior no futuro. E isto passa por pequenos gestos do nosso quotidiano que, depois, vão permitir ter adultos mais preparados para a vida que os aguarda. Pensem nisto...

Sem comentários:

Enviar um comentário