Existem...

... situações que, mesmo quando não são com os nossos, nos deixam com o coração bem pequenino e apertado. Doença tramada esta que que afecta as pessoas queridas de alguém e nos mostra o quanto podemos ser impotentes face a ela... Face ao cancro... Este sentimento de impotência é horrível e tomei contacto com ele, pela primeira vez, aos meus 14 anos. Foi duro saber que aquela pessoa de quem eu tanto gostava estava em contagem decrescente para partir. O ano dos meus 15 anos, aquela idade em que parece que já somos um bocadinho mais crescidos, ficou marcado pela partida da minha Avó materna. A Avó que sempre me deixou explorar os recantos mais escondidos, que me deixava cuidar da horta e das suas flores mesmo sem perceber nada do assunto, que me levava a cuidar dos animais mostrando aquela pequenina menina da cidade que os ovos e o leite não apareciam nas prateleiras dos supermercados apenas porque sim... A dor da perda de quem partiu e que ainda tinha tanto para dar aos seus... 

Doença tramada que fez partir o meu querido R. cedo demais... Muito cedo demais... Quando ainda tinha toda uma vida pela frente. Uma pessoa boa, mas daquelas mesmo boas que tinha um sorriso sempre presente no seu rosto, mesmo nas situações mais difíceis. Uma pessoa daquelas mesmo boa a quem a maldade dos outros passava simplesmente ao lado. Uma pessoas daquelas mesmo boa que me faz falta... Muita falta...

Doença tramada que faz ficar com o coração apertado... E agora faz pessoas queridas sofrer...