... altura em que já é possível o casamento entre pessoas do mesmo sexo no nosso país, leio esta notícia e penso: "como seria em Portugal? Haveria proibições quando à entrada nas Forças Armadas se fosse colocada esta questão?".
Uma juíza de um tribunal federal da Califórnia considerou inconstitucional a política "Don't ask, don't tell" adoptada pelo Exército norte-americano para permitir o serviço de homossexuais nas suas fileiras. E vai emitir uma ordem para suspender a aplicação dessas regras, cuja revogação foi também defendida pelo presidente Barack Obama e a hierarquia do Pentágono."[A política] "Don't ask, don't tell" infringe os direitos fundamentais dos membros do Exército dos Estados Unidos de muitas formas", considerou a juíza Virgina Phillips, que deu provimento a uma queixa por alegada violação da primeira e quinta emendas da Constituição dos Estados Unidos, que dizem respeito à liberdade de expressão e ao direito à igualdade das partes perante a lei.A política "Don't ask, don't tell", implementada pelo Presidente Bill Clinton em 1993, permite que militares gays continuem a carreira conquanto mantenham a sua orientação sexual em segredo. A revelação de homossexualidade ainda resulta na expulsão do Exército, e mais de 13 mil soldados foram afastados desde 1994.O processo judicial da Califórnia resulta de uma queixa interposta já em 2004 pelo grupo The Log Cabin Republicans, a maior organização de defesa dos direitos dos gays do Partido Republicano. A juíza Phillips considerou que, ao contrário do que alegam os defensores do "Don't ask, don't tell" e do que sustentaram os advogados do Departamento de Justiça, aquela política não preserva o estado de prontidão militar e, pelo contrário, tem tido um "efeito pernicioso directo" nas Forças Armadas. Na sua opinião, ficou provado que a política inviabiliza o recrutamento de novos soldados e priva o Exército de membros com treino e competências críticas para o esforço de guerra dos Estados Unidos.O Departamento de Justiça pode apelar da decisão, que não tem alcance nacional. Durante o julgamento, os advogados de defesa insistiram que é o Congresso, e não os tribunais, que tem, autoridade e competência para fixar as políticas militares.A Câmara dos Representantes votou em Maio pela abolição da política, mas uma proposta semelhante está empatada no Senado.
in Público, 11SET2010
não sei se essa do "don't ask, don't tell" é mto justa!
ResponderEliminarEu também não concordo muito com este tipo de política. Não vejo que a orientação sexual vá fazer uma pessoa um militar pior ou melhor. E não é por ser homossexual que isso vai interferir com o seu desempenho porque se vamos a pensar assim então todos os heterosexuais homens e mulheres que se encontram nas Forças Armadas também constituem um problema, certo? Pois também se podem relacionar de forma mais íntima. Enfim...
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