sexta-feira, novembro 26, 2010

Quando...


... um relacionamento acaba (e não somos nós que terminamos) parece sempre que o mundo deixou de existir e que não há nada mais para além disso. Sentimo-nos muito pequeninos, vazios, sem rumo e sem conseguir construir qualquer pensamento, articular qualquer palavra. Os dias (semanas, meses, quiçá!) que se seguem são sempre duros e complicados. O isolamento parece ser a palavra do dia, a vontade de comer esfuma-se e apenas nos apetece chorar numa sala escura e sem sons. A música parece ter deixado de fazer parte das nossas vidas. Quem é que nunca passou por isto? Penso que todos nós em determinado momento da vida tiveram um episódio assim... Eu própria já tive alguns relacionamentos que terminaram, umas vezes por mim, outras pelo outro. Uns finais foram mais fáceis de lidar, outros nem por isso... Mas o que é certo é que se sobrevive sempre, mesmo quando pensamos que somos capazes de morrer por amor. E pensamos sempre que nunca iremos voltar a amar, que todas as oportunidades de ser feliz desapareceram naquele instante do "vou partir". Cada pessoa lida com estes finais à sua maneira, embora ache que os primeiros dias são sempre idênticos para todos, sem excepção. Mas na fase seguinte pode-se fazer compras que nem um louco, viajar sem destino pré-definido, optar por um makover, sair com as amigas até à exaustão.. Sei lá! Uma lista infidáveis de coisas que nos ajudem a colocar o ego para cima e mostrar ao mundo que estamos vivos e prontos para encarar a vida de frente e sem receios.
Há um tempo tive um final de relacionamento algo complicado (senão dizer muito complicado...). Foi uma fase difícil em que me valeram os amigos que estiveram lá, presentes, sem me deixar ir ao fundo (minhas queridas M., C. e P. e meu adorado Master, obrigada por tudo... pelo ombro amigo, pelas horas de conversa, pelo "dar na cabeça" até a moeda cair finalmente. Estiveram presentes e foram fundamentais para que tudo parecesse menos negro nos momentos mais difíceis... Nunca irei esquecer as vossas palavras, os abraços e os olhares. Toda a força que me deram. E F., dirijo-me agora a ti. Obrigada pela pessoa que te revelaste, por toda a preocupação mesmo quando tu próprio não estavas bem. Obrigada pelas tantas horas de conversa, pela paciência e por me mostrares que o tempo é o melhor remédio mesmo que a ferida possa doer uma vez ou outra. Obrigada por te teres apercebido de como eu estava quando ainda ninguém se tinha dado conta... E obrigada por me fazeres, mesmo sem saberes, voltar a gostar de mim. Terás sempre um lugar muito especial no meu coração e para o que precisares estarei aqui. Sabes disso... A todos vocês, acho que nunca serei capaz de vos agradecer... Nunca... Mas de uma coisa é certa: estarei sempre aqui para vocês quando precisarem, disso podem estar todos certos!). Agora, com o distanciamento, vejo as coisas de outra forma e acho que o final era inevitável... Agora consigo olhar para tudo de uma outra forma, mais madura, e vejo que se calhar foi melhor assim. Que existem coisas que are not meant to be e por alguma razão isso acontece, apesar de existirem muitos momentos mágicos contigo que, apesar de tudo, nunca irei esquecer (tenho a perfeita consciência disso...). As pessoas que entram nas nossas vidas é sempre por alguma razão. Acho que isto não é uma frase feita... Mesmo que depois se veja que a razão para entrarem não foi a melhor e que sofremos muito, acho que aprendemos sempre com elas. E eu aprendi contigo. Aprendi a ver o que me rodeia de outra forma e que não vale a pena lutar contra certas coisas. Agora que penso nisso, também acho que por ti fiz algumas opções menos boas mas isso também não interessa neste momento... O que interessa é que houve bons momentos vividos entre nós e que, apesar do final, não temos recordações por aí além de grandes discussões. Obrigada por me teres levado à cidade mais linda do mundo e pela qual serei eternamente apaixonada. Acho que aquela é a minha cidade! Não podias ter escolhido melhor. Apesar do final, não consigo ter-te a raiva que seria de esperar por tudo o que aconteceu... Chamem-lhe defeito mas nunca consegui ficar sem falar a nenhum dos meus anteriores relacionamentos (hum... exceptuando um caso...). Hoje em dia quando nos cruzamos somos capazes de falar sem qualquer problema e até sair para tomar um café.
Pensei muito se deveria escrever este post... Porque sei que tu o poderás ler... Mas como uma certa e determinada pessoa especial me disse "não vais condicionar a tua vida, certo?". Então peço-te que encares este post como uma carta de despedida da Fiona que conheceste desde o final do nosso relacionamento até ao dia de hoje. Essa Fiona tristonha e sem grande vontade... Não estou a falar de uma despedida de ti, porque cruzarmo-nos será inevitável por todos os motivos e mais algum porque o "nosso" mundo, como nós os dois bem sabemos, é demasiado pequeno para que as pessoas nunca mais se tornem a ver. E até porque sabes que podemos ser amigos e que estarei aqui se algum dia precisares. A despedida é da Fiona que andou aqui nestes últimos meses e que agora se foi embora. O H. dizia-me ainda ontem que eu não me posso continuar a isolar. Ok, todos nós temos os nossos momentos menos bons em que não nos apetece falar com ninguém mas não me posso isolar em demasia. Dizia-me o H. que tenho de sair mais, esquecer esta minha "concha" que criei nestes últimos meses qual linda miss ostra... Não estou a despedir-me de ti, estou é a despedir-me de mim... Meu amigo, fizeste-me crescer e isso será sempre muito importante para mim. Serás sempre uma pessoa especial à sua maneira apesar do final que tivemos e do rumo que as nossas vidas tomaram. Tudo o que precisares, estarei aqui. E não quero que pelo motivo que nós sabemos, o deixes de fazer. Na necessidade dá jeito ter amigos por perto.
Estes dias que tenho passado em casa a recuperar o meu joelhinho têm servido para muita coisa... Pôr as ideias no lugar, delinear novos projectos (ai Master que acho que quero mesmo ser como o Derek! :P), querer um novo rumo quando regressar ao meu adorável mundo de que tanto gosto e pelo qual já me esforcei tanto... Tenho tantos desejos e vontades que não cabem no espaço de um post. P., a Fiona que conheceste e que te atrapalhou tanto nos primeiros momentos, está de volta. Mais adulta e consciente de si. E muito mais confiante do que aquilo que a deixaste há um tempo. O motivo? Esse é segredo... E é só meu...

(caros leitores deste meu cantinho: peço-vos desculpa por me ter alongado tanto neste post mas por vezes existem determinadas coisas que não podem ser guardadas aqui dentro e têm de ser escritas... prometo que os próximos posts seguirão aquela escrita a que estão habituados e que vos vai fazendo voltar e fazer crescer o meu contador de visitas, Obrigada!...)

8 comentários:

  1. Gostei muito deste texto. Faz-me até fazer uma das minhas típicas comparações esquisitas lol
    Terminar um relacionamento é como quando estás a correr há uns minutos e os músculos te começam a doer...doem muito, mas tens de continuar até que não doam mais...mas quando páras de correr, e já podes descansar, estás mais em forma do que anteriormente. Ou seja, custou, mas teres sido forte compensou.

    E é bom dizeres tudo o que tens a dizer. Parece que ficamos mais leves. :)

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  2. Jane, acho que nem eu faria uma melhor analogia com uma corrida. É mesmom assim que me sinto. E o dar a volta por cima é mesmo muito bom. Acima de tudo sentir-me bem comigo própria e sim, muito mais leve. Acho que isso é o mais importante. :)

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  3. Gostei deste post. No fundo há um bocadinho de todos nós presente :)

    bjinho
    *

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  4. Quando o escrevi, Indecisa, ainda poderei se o deveria fazer ou não (tal como o disse...). Às vezes aquilo que escrevemos pode ser mal interpretado quando a pessoa em questão conhece o nosso blog. Mas, na maior parte dos casos, escrever torna-se mais fácil e somos capazes de expor melhor os nossos sentimentos.
    Eu vejo assim os finais de relacionamentos mas também sei que para muitos a situação pode ser vista de uma forma completamente distinta... Mas é assim o caminho da vida. :)

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  5. Minha querida, estas sim são as palavras que eu tanto desejava ler! Muito muito bom! Fiquei mesmo muito feliz! Orgulhoso mesmo, de te conhecer e de poder partilhar um pouco do teu mundo mesmo que seja apenas por breves instantes! :-)

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  6. @Gugas: tu não existes realmente eheheh.

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  7. Pirralhinha,
    Gostei mt de ler este post, este capítulo da tua vida começa a fechar-se.
    Ao escreveres este post, começa a notar-se se já consegues falar sobre o que aconteceu com o distanciamento, necessário para analisares o que aconteceu.
    Fico mt feliz, por te ver assim.
    Apesar de não ser necessário dizer-te isto, mas já que tive direito a uma referência (o que me deixou todo babado, eheheh), sabes que poderás sempre contar cmg para o que precises.
    Agora daqui para a frenta, faça-me um favor, seja MT FELIZZZZZZZZ.
    Baci

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  8. Ora, não é preciso ficares todo babado e convencido. Ai que agora ninguém te atura!!! eheheheh

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