Acontecimentos incompreensíveis

Manhã do dia 7 de Dezembro de 1941... O mundo nunca mais foi o mesmo...

Numa baía com nome de pérola milhares de sonhos desapareceram para sempre. Terá sido justo? Pais, filhos, irmãos... Famílias destruídas... Não sei, tudo isto é incompreensível. Sei que já muito se escreveu sobre o ataque japonês à frota do Pacífico estacionada em Pearl Harbour. Mas sempre que vejo um programa sobre este acontecimento penso sempre o quanto pode a mente humana ser cruel quando ambiciona maior poder. Ontem, na hora Discovery na RTP2 (diga-se de passagem, com documentários muito interessantes e que aconselho a todos vivamente) mais um programa sobre este ataque foi transmitido. Mas desta vez num formato completamente diferente do que já tinha visto até hoje: o programa focava expedições de mergulho feitas nos destroços dos navios tragicamente afundados. Ver todos aqueles destroços apenas me fazem pensar numa coisa: as vidas perdidas.

Um dos últimos navios a ser afundado em Pearl Harbour foi o cruzador USS Arizona. Autêntico gigante da frota americana manteve-se sempre até ao último momento. Porém, toda a sua grandeza não foi suficiente para enfrentar o engenho japonês e sucumbiu levando consigo milhares de vidas até ao fundo. Um memorial foi construído sobre os destroços deste cruzador para que quem quisesse prestar homenagem aos sonhos perdidos o pudesse fazer. Milhares de turistas todos os anos se dirigem a este local. Será que pensam em todas as vidas terrivelmente ceifadas? Sinceramente espero que sim. Porque num local que se tornou um verdadeiro túmulo de sonhos todo o respeito deve estar presente.

Durante o programa mais outro túmulo naval foi visitado. Fica no atol de Bikini (sim, aquele dos ensaios nucleares) onde jazem dois navios importantes para o final da II Guerra Mundial no Pacífico. Um é americano e outro japonês. Duas imagens que nunca vou esquecer são a do uniforme do comandante americano que ainda se encontra pendurado num cabide e a de um clarinete repousando sobre uma mesa metros abaixo da superfície.

São vidas que desapareceram para sempre. Parece que a Humanidade não aprende com os erros e as guerras irão existir sempre. É pena que não consiguamos ser mesmo um animal racional capaz de ver que a ânsia de poder não leva a nenhum lugar.