... ontem a uma interessante reportagem na RTP1, no programa Linha da Frente, onde se falava do estado do comércio na Baixa de Lisboa. Falava-se das consequências da crise sobre os pequenos comerciantes e possíveis causas para tantas lojas emblemáticas de outrora se encontrarem, no presente, fechadas. Decididamente, a Baixa que eu conheci em pequena, onde vivi durante cerca de 1 ano e meio da minha vida, onde tantos passeios dei, onde fui baptizada e onde tantas compras fiz com os meus pais perdeu parte do encanto que sempre a caracterizou. Hoje em dia, ir à Baixa já não é uma festa nem implica vestir o fato domingueiro. Salvo uma ou outra loja de marcas internacionais bem conhecidas de todos nós, as restantes lojas parecem não atrair as atenções da grande parte dos compradores. Muitos dizem que a culpa pertence aos inúmeros centros comerciais que floresceram como cogumelos por essa cidade e arredores... Outros, menos do que os primeiros, dizem que o estado actual do comércio da baixa pombalina é, em parte, resultado da falta de modernização dos comerciantes e de não acompanharem a evolução dos tempos. Seja por um motivo ou por outro, o que é certo é que a maior parte das lojas de sempre já desapareceram e poucas parecem ter a força suficiente para aguentar os novos tempos. Sinceramente, dói ver uma parte tão bonita da minha cidade assim. Envelhecida, com a vontade de viver a querer desaparecer e já sem forças para dar a volta a um presente sombrio. Dói ver a pouca população envelhecida que ainda habita esta Baixa com tantas dificuldades em fazer as suas tarefas do dia-a-dia fruto de prédios que já viram melhores dias e que nada ajudam na sua pouca mobilidade resultante da idade avançada. Tenho pena que estejamos a deixar morrer o sonho de Pombal de uma zona da cidade bela do ponto de vista arquitectónico e a palpitar de vida. Acho que os lisboetas deveriam dar valor aos verdadeiros tesouros da sua cidade em vez de se deixarem deslumbrar por encantamentos esporádicos e de consumismo que não levam a lado nenhum. Mas acho que, infelizmente, estamos demasiado conformados com aquilo que nos rodeia... Para quem não teve oportunidade de assistir a esta reportagem, passem por aqui.
tb me recordo de ir às compras na Baixa...
ResponderEliminarpena que cheguemos a este ponto
Eu vi a reportagem.
ResponderEliminarRealmente a baixa não é o que era, e é pena.
Querida Fiona, eu vi a reportagem. Mas mais que ver a reportagem, o que me marcou, foi a minha ida há 2 anos atrás a Lisboa e percorrer as ruas da baixa-pombalina em busca de uma loja que o meu marido, dizia que existia na Rua da Prata. Ficámos tão espantados e sofridos com o abandono das lojas e dos prédios, que no final de duas horas, voltámos para o hotel e ficámos estáticos e em modo reflexivo, pois aquelas ruas não eram as que nós conhecíamos da nossa juventude. A única zona que mantém o espírito da Baixa, é o Chiado.
ResponderEliminarEscusado será dizer que não encontrámos a tal loja que ele queria, pois já tinha encerrado.
@estrela: é mesmo pena que a Baixa se encontre assim... Devidamente cuidada, seria uma das zonas mais bonitas da cidade de Lisboa.
ResponderEliminar@The Girl: É mesmo pena... :(
@Turista: A imagem que todos nós guardamos de todas aquelas ruas está, infelizmente, a desaparecer a passos largos e é pena ver que não existe ninguém que faça nada para travar tudo isto. Estamos a perder parte da identidade da cidade de Lisboa. Eu vejo assim e fico triste que assim seja... Mas concordo contigo quando dizes que a única zona que mantém o mesmo espírito é o Chiado, desde sempre caracterizado pela azáfama das compras e pelas lojas marcantes.