terça-feira, dezembro 27, 2011

É...

... uma constante todos os dias, nos mais diversos noticiários, falar-se da crise. Tudo bem que é a fase que estamos a passar, que é uma realidade incontornável mas acho que falar sempre no mesmo assunto e ainda por cima com a mesma tónica um pouco depressiva não ajuda ninguém. Confesso que até eu tenho falado no assunto aqui no blog (que pretendo sempre que seja um local para partilhar as minhas divagações mais cor-de-rosa mais do que nuvens cinzentas...) mas realmente trata-se de um assunto que nos toca a todos diariamente e não há volta a dar. Mas o que eu acho que se pode mudar é forma como se fala nela. Não é torná-la um assunto tabu ou referirmo-nos à crise "como aquela cuja nome não deve ser pronunciado" (ai tão Harry Potter, ai tão nerd) porque enfiarmos a cabeça na areia qual avestruz não nos ajuda a avançar. Apenas acho que temos que encarar a crise como uma alavanca que nos permita ter novas ideias, puxar pela nossa criatividade e conseguirmos dar a volta porque acredito que isso é possível. Claro que é! Então nós somos aqueles portugueses que percorreram tanto oceano em caravelas que mais se assemelhavam a cascas de noz e que venceram tantas adversidades para mostrar ao Mundo novos mundos. Por isso acho que ainda existem formas de nos reinventarmos.
E hoje ouvi algo muito interessante na rubrica Dear Job do programa "Mais Mulher" da SIC Mulher. Falava-se da importância de fazer voluntariado e das mais-valias para a vida profissional que essa opção poderia trazer. Por acaso não faço voluntariado mas é algo que me desperta interesse pois existem mil e uma formas de nos tornarmos mais úteis à sociedade e de nos sentirmos mais realizados como pessoas. E o que achei particularmente interessante na rubrica foi o de se dizer que as empresas e departamentos de recrutamento das organizações valorizam bastante o currículo de um candidato se ele referir que faz voluntariado. E porquê? Porque consideram que as pessoas que fazem voluntariado possuem a capacidade de mais facilmente resolverem os problemas com que se podem deparar, porque estão habituadas a ter de fazer muitas coisas com recursos muito escassos e porque valorizam a relação e a ajuda ao próximo. Nunca tinha visto as coisas por este prisma mas olhem que, se formos a pensar bem, até faz bastante sentido. Dado o enquadramento da vida laboral de hoje em dia, em que as dificuldades são mais uma constante do que um acaso, faz todo o sentido que estejamos cada vez mais adaptados a ser inventivos e a termos a capacidade de contornar essas dificuldades sem baixarmos os braços ou deitarmos a toalha ao chão.
E era a este ponto que eu queria chegar... Não podemos, de forma alguma, cruzar os braços. Toca a ver de que forma podemos valorizar o nosso currículo e torná-lo mais atractivo para o mercado de trabalho. Não estamos contentes com o nosso trabalho actual? É certo que não é o melhor momento para mudanças mas quem sabe se não é agora que pode surgir aquela proposta fantástica de que estávamos à espera há tanto tempo? Vejam de forma se podem valorizar e pensem bem em todas vossas competências. Vejam se não possuem por aí um talento escondido que possa ser utilizado. E façam voluntariado. Acreditem que se vão sentir melhor convosco próprios. Trata-se de dar um pouco de vós a outros que tanto precisam. Façam uma pesquisa pela Internet pois existem muitas organizações a precisarem da nossa ajuda. E, em jeito de sugestão, porque não começam a vossa pesquisa por estas três organizações fantásticas que tanto fazem durante todo o ano? Incluam um projecto de voluntariado nas vossas resoluções para 2012. Verão que não se irão arrepender.

4 comentários:

  1. Querida Fiona, tens razão no que disseste! Mas com este boom de solidariedade, começou a instalar-se uma dúvida, na minha mente: será que para muitas instituições/hospitais/organizações o voluntariado, não estará a tirar postos de trabalho a algumas centenas/milhares de desempregados?? Fica a dúvida...

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  2. Olha que a tua dúvida é bastante pertinente e confesso que esse aspecto não me passou pela cabeça quando escrevi este post. Porque sempre considerei o voluntariado algo de bom porque reconheço que existem situações em que os voluntários fazem muito em situações que os profissionais da área têm outras preocupações (falo no caso concreto do apoio que muitos voluntários fazem em hospitais ao darem apoio aos doentes internados - por exemplo ajudando as crianças doentes a passarem um pouco melhor o tempo - já que médicos e enfermeiros necessitam de estar dedicados aos cuidados de saúde). Quero acreditar (tenho!) que as instituições estejam a utilizar o voluntariado da forma que ele deve ser utilizado sem que este esteja a servir de uma forma de verem o trabalho que há para ser feito a custo zero. Mas bem sabemos que nem todos são bem intencionados, não é verdade? E daí surgir a dúvida...

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  3. conheço pessoas que o fazem ... e aquilo que concluo daquele que 'vejo' é que nem todos estamos 'talhados' para o fazer ... mas sim, é uma óptima resolução para 2012 :) :)
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  4. E temos várias formas de o fazer, mari. Basta pesquisar :)

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